sábado, 6 de agosto de 2011

em busca do não sei o que 7

   Era um boteco pé-sujo de enciclopédia. Estava tudo ali: azulejos, ovos rosas, um cearense, um baiano e um português. Não tinha Serra Malte mas tinha Original. Pedi a minha ,afinal já passava das cinco. Da manhã. Como é civilizado um estabelecimento que atende 24 horas.  Comecei a saborear a minha cerveja gelada enquanto pensava na turnê de lançamento do meu romance que mal comecei. Após o segundo gole, percebi algo de diferente: os camisa-preta. Um bando deles, cabeludos, espinhentos e de banho tomado na casa da mamãe. Bebendo cachaça. 51. A única banda que identifiquei em suas camisas foi o Iron Maiden. A raça evoluiu, havia duas meninas no bando, uma de cabelo preto e a outra de cabelo vermelho. Vermelho mesmo. Não conseguia tirar os olhos do cabelo da menina. Ela devia ter uns vinte anos e estava sem sutiã. Bonita a moça. Daqui a 4 anos vai abandonar a faculdade de comunicação e casar na igreja de véu e grinalda.  Não estava perto o suficiente para ouvir a conversa deles mas não pareciam muito animados. Já passou da hora de criança dormir. De repente a de cabelo vermelho levantou e gritou:
  - Ah,é? Então vai tomar no cú!
 Ela jogou a cerveja na cara espinhenta no gordinho com a camisa do Iron e saiu bufando do bar,com um cigarro ainda apagado na boca. Porra,Gordinho! O que você aprontou? É a minha deixa:
  - A conta,por favor!
 Ela dobrou à esquerda. Acho que tenho um isqueiro aqui no bolso.

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