quinta-feira, 30 de junho de 2011

em busca do não sei o que 5

   De repente como um teletransporte estou no pé-sujo perfeito. Um balcão oval permite uma visão geral que muito me inspira. São 22:45 de uma terça-feira congelante. A 45 graus para a esquerda do outro lado do balcão há um casal pouco encasacado e absolutamente bêbado . Ele , arrisco que trabalha na construção civil . Ela,não faço a menos ideia. Interessante,eles são bem parecidos. Será que são parentes? Trocam confidências no pé-do-ouvido entre risadinhas e goles de conhaque de alcatrão São João da Barra. Está na hora de pegar meu moleskine do bolso. Puta Merda,esqueci. É claro,justo hoje. Não importa,vou absorver esta experiência. Tenho que deixá-la maturando. É meu passaporte para a Literatura. A vida. Hemingway já dizia. Não,não posso citar nomes. No Namedropping.   Se eu começar com isso,daqui a pouco estou contrapondo métodos diversos de ícones da Literatura. Fulano fazia assim,já Sicrano fazia assado. Não,tenho que fazer do meu jeito. Encontrar a minha voz. Nada disso de ficar em casa na internet. A vida está aqui fora. Vou me livrar do meu celular,vou andar de ônibus.
   Eis que chegam dois PMs,estilo Cosme &Damião. Estão me encarando e cochichando. Estou muito louco ou um deles me pisca o olho? Não,peraí. Isso é demais pra mim. Vou pra casa. Táxi!

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