Aquele manual dizia para evitar escrever na primeira pessoa. Que se foda. Nunca gostei de manual. Se sou eu mesmo ou um personagem é um detalhe menos importante. O fato é que há meses a ideia de escrever um livro me perseguia. Voltava várias vezes por dia,me acordava no meio da noite. Mais do que uma ideia para um romance,eu imaginava a preparação,que seria perambular por bares ,de preferência pé-sujo. Sinto falta dos azulejos portugueses que tem em qualquer boteco fuleiro no Rio. Não tem disso aqui em São Paulo. Em compensação,aqui tem Serra Malte. E um frio com um quê de europeu , um incentivo à instrospecção e à observação antropológica. Sobre o que eu escreveria? Não importa. Sempre temos a metalinguagem para apelar,não é mesmo?
Já tenho algumas regras:
1- evitar sinônimos em sequência,eles sugerem sutilezas e gradações inexistentes;
2- evitar adjetivos ;
3- evitar metáforas ;
4-evitar namedropping;
5-evitar regras .
Sim,eu adoro paradoxos.
Já é um começo.
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