segunda-feira, 21 de julho de 2014

pílulas de flashback

   Gosto de correr os olhos pelas laterais dos meus livros já lidos. Me faz lembrar de seus conteúdos e das épocas em que os li. Acessar pastas antigas, reconectar sinapses. Relê-los é mais raro. Assistir filmes de novo depois de muitos anos provoca uma sensação mais sensorial, me atrai mais. Ok, é mais fácil e bem mais rápido. Há tanta coisa que não li e quero ler, é raro eu reler um livro. Com exceção de Catatau, de Paulo Leminski, que releio a cada 10 anos.  O clima delirante, os  neologismos e a mistura de linguagens no fluxo de pensamento desse romance poético muito louco me inspiram para fazer música.  Evoca o que teria acontecido se René Descartes tivesse vindo com a Invasão Holandesa em Pernambuco, no Séc 17. O Filósofo pensa e existe no livro.  Pira com as cores no Brasil, suas matas, cachoeiras, pássaros, frutas. Faz uso de fumos locais, que dizem ter propriedades alucinógenas e prova seus efeitos por paredes de linhas sem pontuação.  Agora assisto Pulp Fiction pelo Netflix. Era tudo tão diferente a primeira vez que assisti. A nostalgia trouxe um outro sabor, a consciência das particularidades dos anos 90, no final do século XX. O filme tem estilo e ritmo. Telefones de discar.  Um amanhecer ensolarado em Los Angeles, que não conheço. Twang-Bar Guitars com reverbs de mola. Injeção de adrenalina no coração. Carrões rabos-de-peixe. Roteiro não-linear. Vida que segue. E vamos nessa.

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